sábado, setembro 05, 2009

Figueira da Foz, na ponta de um pincel (5)


Estas telas magníficas são da autoria de Cunha Rocha, que pintou a Figueira da Foz, como ninguém e fazem parte de um magnífico pdf que me foi enviado para a minha caixa de correio electrónica.



«A arte, as normas, a disciplina da pintura, começou por aprendê-las aos 12 anos quando se iniciou como pintor cerâmico na Escola Brotero, em Coimbra, estudando de noite. Mas a vocação, essa, já lhe advinha do berço, pois não há quem seja artista plástico consagrado só por ter estudado para tal!

Os seus dois primeiros trabalhos, aguarelas (tinta de água), ainda hoje os guardas e não são vendáveis, garantiu-nos(vêr foto). Pintou-os em 1944 com 12 anos. Foi o despontar da sua arte que se tornou marcante, de tal maneira que na Brotero, onde concluiu o curso de desenho com 20 valores, ganhou a alcunha de “O Príncipe da Linha”.

Assim não admira que, após algumas exposições colectivas, tenha realizado a sua primeira exposição individual em 1948, com 16 anos de idade, na Sala de Exposições do Primeiro de Janeiro em Coimbra.

No inicio das anos 50, ainda antes de completar 20 anos, assinava os seus trabalhos como António Rocha e Oinotna Ahcor (lido ao contrário). É a partir desta altura que o seu curriculum se expande por várias parte do Mundo.

Frequenta a Escola de Belas Artes do Porto, é um dos fundadores do Circulo de Artes Plásticas de Coimbra e tira o mestrado de desenho têxtil em Lisboa e Barcelona. Ainda antes dos 20 anos é nomeado Chefe do Gabinete de Desenho Têxtil da Companhia Portuguesa de Algodões. A sua vivacidade leva-o até ao Brasil onde foi director e professor do Centro de Arte Livre do Rio de Janeiro, e funda e torna-se Director Técnico da MESTRART (Escolas Maiores de Artesãos e Mestres Artesãos do Brasil) em Rio Bonito, Guanabara. Já no Canadá, fez parte da École d’Arts Publicitaires et design du Quebec.

Foi ainda membro fundador do MAC (Movimento Artístico de Coimbra) e director da “Peninsular”, a galeria de arte do Casino da Figueira da Foz.

Tem obras suas espalhadas por várias colecções particulares de dezenas de países: Alemanha, Angola, Argentina, Bolívia, Brasil, Canadá, Espanha, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Holanda, Honduras, Inglaterra, Israel, Itália, Japão, México, Moçambique, Mónaco, Porto Rico, Portugal, Senegal, Suécia e Kuwait.

Tem também trabalhos expostos em diversos museus: Museu Machado de Castro (Coimbra); Museu de Arte Popular (Lisboa); Museu do Caramulo; Museu Santa Joana (Aveiro); Museu Santos Rocha (Figueira da Foz); Musée d’Art de Quimper – Bretagne (França); Museu Maria da Fontinha (Gafanhão); Museu Tavares Proença (Castelo Branco); Fundação Dionísio Pinheiro (Águeda); Casa Museu de Colombo (Porto Santo); Museu da Cidade (Coimbra); Mayor de New Jersey (U.S.A.); Museu da Marina –Rio de Janeiro (Brasil).

Claro está que prémios e distinções são muitos e diversificados. Deixamos aqui tão somente meia dúzia dos mais marcantes a nível internacional:

1959 – Menção honrosa no Salão Anual de Pont-Aven (França);

1962 – Hors Concours = Salão dos Artistas Meridionais (2 trabalhos premiados) – Estocolmo (Suécia);

1967 – Bolsa de Estudo = 1ª Prémio de Maquete e Decoração do Pavilhão do Mónaco na Exposição Mundial de Montreal (Canadá);

1968 – Medalha de Prata da UNICEF (U.S.A.);

1975 – Medalha de Ouro entre mais de setecentos artistas de 18 países no Salão Nacional de Brasília (Brasil);

1976 – Medalha de Prata = Salão Nacional de Marinhais da S.B.B.A. – Rio de Janeiro (Brasil).

De seu nome completo António Silva da Cunha Rocha (nome artístico Cunha Rocha), nasceu em Coimbra em 1932. Apesar de ainda antes dos 20 anos, como já o escrevemos, ter começado a calcorrear, pintar e exibir a sua arte pelo Mundo fora, sempre que regressava a Portugal vinha, invariavelmente, parar à Figueira da Foz, quer por férias, namoro, ou devido a encontrar habitação mais em conta. Daí a sua apurada vocação para pintar a cidade, reconhecida e exaltada por grandes críticos e conhecedores da sensibilidade do traço, do desenho, das misturas das cores e, sobretudo, do retratar e pintar o pormenor com aquela agradável estética visual e que, por isso mesmo, não é só sua, mas também de quem vê a obra depois de pronta.


E Cunha Rocha, o pintor que melhor retrata a Figueira, por cá foi ficando por gosto, retribuído também pelo gosto que a cidade tem em o ver por cá.»

Toni Florido

In http://arteseeventosffp.blogspot.com




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