terça-feira, setembro 06, 2011

Fumaça 2

A Directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse no passado domingo que uma nova crise financeira global é eminente. Em entrevista à revista semanal alemã Der Spiegel, Lagarde afirmou que os governos devem adaptar seus planos de contenção de gastos e considerar seriamente a adopção de medidas para estimular o crescimento, uma vez que a economia global enfrenta o risco de "uma desaceleração em espiral".

Diante da actual situação económica, "os países devem adaptar seus planos de poupança e olhar para medidas de estímulo ao crescimento", afirmou. Ela reiterou que os bancos europeus precisam de até 200 bilhões de euros em capital adicional para se protegerem da desaceleração económica e do impacto da crise de dívida soberana, tomando por base as estimativas do FMI. Olhando especificamente para a Alemanha, Lagarde sugeriu que o governo implemente um programa de crescimento com foco na economia doméstica, para o caso de uma desaceleração global mais generalizada atingir as suas exportações.

"Se a Alemanha der vigor à procura doméstica, será bom para a economia alemã, assim como para os países vizinhos", disse. Ela acrescentou que a recuperação das finanças da Alemanha está em nível "óptimo" nas actuais circunstâncias, tendo como referência a avaliação do FMI sobre a Alemanha.

Na Europa, concretamente, Lagarde recomenda às nações mais castigadas pela crise da dívida que elevem o capital próprio de seus bancos para reforçá-los. "Em geral, vemos necessidade de que os bancos europeus sejam recapitalizados para que sejam suficientemente fortes para suportar os riscos derivados da crise da dívida e do frágil crescimento", diz.

Analistas do FMI assinalaram recentemente em relatório que ao sector financeiro europeu faltavam 200 bilhões de euros nos balanços de suas contas. "A insegura situação económica e a crise da dívida estatal minaram a credibilidade dos bancos", acrescenta Lagarde, ex-ministra das Finanças francesa. A Directora-geral do FMI evita posicionar-se a respeito da situação financeira concreta da Grécia e Itália, mas consideram "dignas de aplauso" as reformas estipuladas em 21 de Julho em Bruxelas, entre as quais destaca a flexibilização do fundo de resgate europeu.

Sobre os Estados Unidos, Lagarde declara que a sua economia sofre de "problema de confiança" e em relação à Alemanha, adverte sobre os efeitos de um possível esfriamento da procura externa, apesar da actual saúde de suas contas públicas e seu notável crescimento económico.

Fonte: Veja


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